Bebês choram. Eu sei disso. Você sabe também. A tia da vizinha igualmente. Você, provavelmente, chegou à maternidade preparada, munida de informação sobre choro de bebês. E isso é ótimo. É um excelente começo.
Mas a bem verdade, o que ninguém nos fala, o que ninguém nos ensina, é como lidar emocionalmente com esse choro. Com o choro do NOSSO bebê.
É fácil falar sobre imaturidade neurológica, de que é a única forma do bebê se comunicar, de que ele vai chorar por inúmeros motivos e tudo bem.
É fácil falar, entender até, mas não é fácil SENTIR.
SENTIR teu bebezinho chorando e você não saber o que fazer.
SENTIR a dor dele e ao mesmo tempo não poder pegar a dor para si.
SENTIR-SE incapaz, impotente.
SENTIR-SE frustrada e não gostar de se SENTIR assim.
SENTIR raiva, as vezes... não do bebê... da situação em si, de ficar perdida, cansada e o bebê chorando...
A bem verdade é que bebês choram... Mas, escondidas, pelos cantos ou atrás de seus falsos sorrisos, lágrimas também caem dos olhos de muitas Mulheres, recém paridas.
O choro é a primeira e mais rudimentar forma de comunicação do ser humano. Através dele, o bebê consegue o que quer, simples assim.
Se tem fome, chora.
Se tem frio ou calor, chora.
Se está de fralda suja, chora.
Se tem dor, chora.
Se está entediado, chora.
Se quer conforto, aconchego, chora.
Chora, Mulher, por tudo.
Mas eu tenho uma boa notícia. Duas, aliás.
A primeira é que mais ou menos na terceira semana de vida de vocês (gosto de falar da “vida de vocês” porque é uma vida nova mesmo) você vai começar a reconhecer o choro do seu bebê. Olha só que incrível! Cada choro vai significar uma coisa. Porque
o choro não é só um choro, simplesmente. Ele vem com outros sinais, com outras linguagens e expressões... isso é tão mágico e tão íntimo de vocês... é a conexão que tanto falo, sabe?
Então vai saber, com o tempo, se é choro de sono, de fome, de fralda suja...
Esses choros são fáceis de resolver e tudo bem.
O choro difícil, aquele que citei lá em cima, são choros de dor, cólica e até de tédio mesmo, cansaço (“hora da bruxa”). Esses podem tirar você do prumo, principalmente se você já estiver vindo de noites mal dormidas, desgastada física e emocionalmente , em blues puerperal.
Hora de acionar sua Rede de Apoio.
A segunda boa notícia é que chorar não faz mal para seu bebê. Não faz mal, ok? O choro não traz consequências ruins.
O que traz consequências ruins é o desamparo, o abandono. Então, se seu bebezinho está chorando, acolha-o, acalente-o. Mesmo que ele não se acalme, não pare de chorar. Mostre a ele que ele não está sozinho, nem desamparado. Você está ali com ele.
É isto que você está ensinando a ele. Que ele pode confiar em você. Na dor e no amor, você está ali, para ele. E é só o que importa, afinal.
O choro, esse choro doído, que dói na alma da mãe, dura poucos meses... naquele período mais difícil de cólicas, de exterogestação. Então, tudo que conversamos sobre isso, serve também para ele. Toda abordagem está conectada, faz parte do mesmo todo, entende?
Conexão, colo, carinho, sling, banho de balde, massagens...
Teu bebê, maiorzinho, vai continuar chorando por inúmeros motivos. Crianças choram bastante mesmo. Quando contrariadas, frustradas. Umas choram mais, outras menos.
E tudo bem. É tua criança, afinal.
Mas esse choro, que mexe com essa mãe recém parida de uma forma tão singular, ele acaba em poucos meses.
E o teu choro também...
“Porque as loucuras de hoje são as boas histórias de amanhã...”
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